
Em Novembro de 1981, alertada por uma prostituta cujo filho teria sido vendido, a Brigada Judicial de Madrid actuou, prendendo cinco mulheres e um homem pelo suposto tráfego de crianças.
Estes niños del San Ramón, hoje adultos, procuram desesperadamente saber a verdade. Se a sua mãe realmente os queria e foi enganada. Ninguém quer aceitar que foi abandonado pela própria mãe, e mais ainda numa situação tão dúbia como esta.
Da parte das mães e pais que saíram da clínica com o peso de um suposto nado morto, e que hoje se questionam se aquele filho está, algures, vivo e à sua procura, a situação não é menos dramática.
Mas, de tudo isto, de toda esta situação que parece muito complicada de resolver (a menos que se façam testes genéticos a todos os interessados, o que deveria ser custeado pelo Estado, e nesse caso seria muito simples), e que causa tanto sofrimento aos implicados, houve algo que me chocou ainda mais. Conta um deles:
"Nací muy prematuro y tuve que estar cinco días en la incubadora. Cuando me trasladaron desde Madrid a Valencia en un taxi, seguía estando muy débil. Y mi madre me contó que los trabajadores del San Ramón le dijeron: 'No se preocupe. Métalo en el maletero, y si se muere, lo tira y le damos rápidamente una niña'.
Creio não ser necessária tradução, basta apenas dizer que "maletero" é “porta-bagagens".
Onde vamos nós? Até onde se pode ir?
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