quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Bebemos os medicamentos que os outros tomaram...

Até podemos recorrer apenas à homeopatia e produtos totalmente naturais quando estamos dontes. Mas dificilmente escapamos às farmacêuticas. O mundo global não se reduz a uma globalização que vai no sentido que alguns querem: em questões ambientais, tudo está conectado.

A coisa funciona assim: quem toma medicamentos acaba por os expelir, embora parcialmente (fica-se sempre com uma quantidade de químicos no organismo). As estações de tratamento de águas residuis não têm capacidade para remover estes químicos, o que significa que se a água desse rio fôr usada para consumo humano, vamos estar a ngerir os medicamentos que os outros tomaram.

Não só os outros, mas também os desgraçados dos animais que vivem confinados, aos quais são dadas quantidades massivas de antibióticos e outros químicos. Na bacia hidrográfica do Ebro foram descobertos QUARENTA E OITO químicos diferentes relacionados com medicamentos,
como noticiou o Heraldo de Aragon este fim-de-semana.

Mas há mais. A pílula contraceptiva, por exemplo, é um dos medicamentos mais tomados. Se pensarmos que os químicos sintéticos que a constituem acabam na água, podemos pensar que a situação é preocupante. E é. Além de muitas outras substâncias químicas presentes na água, que funcionam como disruptores endócrinos (comportam-se como hormonas no interior do nosso organismo, provocando desequilíbrios hormonais).

Vejam este documento do site Our Stolen Future, sobre disrupção endócrina, ou notícias que apontam situações preocupantes:
Poluição aquática pode estar a causar infertilidade maculina (em inglês)
Peixes de rios ingleses mudam de sexo
Agro-químicos diminuem fertilidade masculina

NOTA: a informação relativa à pilula anticoncepcional está a ser bastante difundida em tudo o que é meio da igreja católica, pelo que é necessário cuidado ao analisar a questão. Curiosamente, não vemos a igreja católica a manifestar-se contra qualquer outro disruptor endócrino...

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